Documentário registra trabalho da comunidade na Caprichosos de Pilares

Fundada em 19 de fevereiro de 1949, portanto, com 67 anos de muitos carnavais, a Caprichosos de Pilares foi tema de um documentário feito pela A Capela Filmes, uma produtora independente formada com alunos do curso de Produção de Cinema e TV, realizado pela produtora Film in Brasil e patrocinado pelo Ministério da Cultura e a Secretaria da Cidadania e Diversidade Cultural.

A intenção do documentário foi mostrar a relação que a comunidade local tem com a escola de samba, ou seja, a população do bairro de Pilares com o Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Pilares. Através desse documentário de cunho social, a produtora decidiu entender e registrar, usando as possibilidades do audiovisual, a relação que existe entre as pessoas de uma determinada região e a escola de samba dessa localidade.

A direção da produtora disse ainda que a ideia principal foi de documentar o que motiva os moradores a participarem ativamente do processo de construção do desfile carnavalesco da escola do bairro, além de observar se existe um sentimento de pertencimento e o que o alimenta. Pela abrangência de grêmios recreativos que existem no Rio de Janeiro e pela pluralidade de realidades sociais, foi separados recortes que possibilitaram a narrativa dessa história: uma escola que tenha forte participação da comunidade e personagens que participem das atividades da agremiação.

Além da importância histórica para o samba carioca, a produtora percebeu que as particularidades do Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Pilares correspondem com o que eles acreditam ser necessário para realização do documentário, gravado em 2016 e divulgado no início deste ano.

“A Caprichosos para mim é tudo, uma outra paixão, inclusive temos até samba falando sobre isso. A Caprichosos me trouxe muitas alegrias bem como algumas tristezas, mas continua sendo uma das minhas paixões até hoje. Estávamos aqui desde 1979 e esperávamos para saber o que o povo queria.”, disse Almir de Araújo, um dos compositores do samba do enredo “E por falar em saudade”, de 1982, junto com Balinha, Marquinho Lessa, Hércules e Carlinhos de Pilares.

“Eu vivo e respiro Caprichosos de Pilares. Fico chateado quando acontece algum coisa de ruim com a escola. Eu choro e vibro pela minha escola. Sou suburbano, sou caprichoso e muito orgulhoso, então, sou Caprichosos até o último dia da minha vida. Depois do resultado do desfile de 2016, não consegui dormir direito pensando o que eu poderia ter feito para que o resultado fosse outro”, ressaltou Fabinho, da direção de harmonia.

“A Caprichosos era a minha noite de Sábado e a tarde de Domingo, na adoslecência e quando comecei a crescer. Participo do credenciamento de mais de 3 mil profissionais de imprensa do mundo inteiro, já que o carnaval é isso tudo, uma preocupação grande. Isso até a entrada da Caprichosos na Avenida. Sempre levei meus filhos para verem o desfile, mas em 2016 por conta dos problemas enfrentados pela Caprichosos, não permite que fossem, principalmente meu filho mais novo que tinha completado seis anos (com cinco anos não é permitido ir à Marquês de Sapucaí). Depois de tudo que aconteceu, hoje sinto a escola voltando para a sua comunidade”, revelou Vicente Datoli, ex-assessor de imprensa da escola e atual da Liesa.

“A Caprichosos para mim é tudo, tenho um amor grande por essa escola. Minha filha é Caprichosos desde quando estava na minha barriga. Portanto, tudo que acontece na escola me emociona. Hoje a Caprichosos está na Série B, vai desfilar na Intendente Magalhães, e está sendo muito dificil. Porém, posso assegurar que a minha escola vai entrar linda na avenida, estamos trabalhando muito para isso”, disse Tia Maria, presidenta da comissão gestora da Caprichosos.

“Uma administração ruim acabou levando à escola para uma colocação péssima. Como profissional da imprensa e colunista, acompanhei tudo isso. Não creio que houve injustiça, a escola desfilou mal e acabou rebaixada. Mas a Caprichosos é a Caprichosos. A escola conta com ajuda das coirmãs, assim como as demais agremiações que desfilam na Intendente, e irá trabalhar com a criatividade para o desfile oficial”, avaliou Luiz Fernando Reis, atual carnavalesco.

“Foi uma situação que nunca havia sido vivida daquela forma que ela se apresentou. Nunca vimos a Caprichosos se comportar daquela maneira. Estava assistindo pela televisão e foi um momento muito angustiante. Minha vontade foi de xingar muito. Eu vejo essa escola de forma grandiosa. Podemos tirar bom proveito e ensinamentos dessa atual situação”, acrescentou Joci, da ala comunitária.

Documentário
https://www.youtube.com/watch?v=usZMvkJ4MmU

Vídeo samba 2017
https://www.youtube.com/watch?v=myshV6zrw2Q

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