Cubango contrata dupla de carnavalescos

A diretoria do GRES Acadêmicos do Cubango, na figura do presidente Olivier Pelé, anuncia a contratação de Gabriel Haddad e Leonardo Bora como novos carnavalescos da escola. A dupla, que fará a sua estreia na Série A do carnaval do Rio em 2018, já conquistou 03 campeonatos nos grupos da Intendente Magalhães.

Natural de Niterói, cidade-sede do Cubango, Gabriel Haddad, de 28 anos, terá de se dividir entre os afazeres da folia e a Escola de Belas Artes da UFRJ (onde estuda História da Arte). Além dos títulos de campeão, o artista passou por inúmeros barracões da Cidade do Samba, tendo participado da equipe de criação da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 2017.

Já Leonardo Bora, de 30 anos, precisará equilibrar a criação visual da escola com a escrita da tese de doutorado em Literatura. Ele vive uma situação atípica, uma vez que está morando em Nice, na França, onde pesquisa as relações entre o carnaval e outras artes. A distância física, porém, não parece ser um problema:

-É um intercâmbio curto e já havíamos planejado essa situação. Ele estará de volta em 03 meses, tempo em que desenvolveremos o enredo e divulgaremos a sinopse. Não há qualquer problema, porque ele poderá acompanhar integralmente todas as etapas: disputa de samba, confecção de protótipos e reprodução de fantasias, principalmente barracão, a etapa mais pesada. Nessa era de comunicação instantânea, a noção de distância é relativa. E ele levou todo o material de desenho na bagagem – esclarece Haddad.

Como já foi divulgado, a Acadêmicos do Cubango levará para a Sapucaí, no próximo ano, um enredo sobre os 200 anos da cidade de Nova Friburgo. Segundo Leonardo Bora, a narrativa não seguirá os padrões convencionais:

-O tema já era discutido pela diretoria antes da nossa contratação. Aceitamos fazer porque entendemos que é possível fugir do “lugar comum”, aquilo que se convencionou chamar “enredo CEP”. A história da cidade possui dados muito particulares. Um livro leva a outro, que leva a um detalhe de uma notícia, que faz menção a um quadro, a uma música, a um outro livro, e assim a narrativa vai nascendo. Para mim, será a aplicação da teoria na prática, porque pesquisei no mestrado o enredo da Imperatriz Leopoldinense de 2002 e estou escrevendo a tese sobre o enredo que a mesma escola apresentou em 2004, ambos sobre cidades do estado do Rio (Campos e Cabo Frio, respectivamente). É um desafio bom, que nos tira da zona de conforto. Há muitos caminhos possíveis e pretendemos seguir aquele que mais dialogue com a identidade da escola e com o próprio carnaval.

Sobre a estreia na Série A, Gabriel Haddad foi sucinto:

-Já temos uma trajetória e nos sentimos seguros. Eu fui compositor do Cubango, quando ainda não trabalhava como carnavalesco, e desfilei algumas vezes pela escola. Por isso não deixa de ser um reencontro, o que me enche de alegria. Tenho absoluto respeito por essa comunidade e faremos o máximo para que ela apresente um trabalho digno de brigar pelo título – garante, confiante, o artista

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