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Ilha aposta na volta ao “bom, bonito e barato”
ANDERSON BALTAR
A União da Ilha fez de um dos bares mais tradicionais da Ribeira, ponto boêmio da Ilha do Governador, o palco para lançar o seu enredo para o Carnaval 2018. “Brasil, bom de boca”, assinado por Severo Luzardo, promete conduzir a tricolor insulana a um desfile dentro de suas características mais fundamentais. “Muitas pessoas me disseram que o desfile do ano passado não tinha a ‘cara da Ilha'”, aponta o presidente da escola, Ney Filardi. Falando diretamente aos compositores, Ney fez um apelo: “Queremos um samba alegre e inteligente. Nada de botar molho inglês na feijoada. Soltem a criatividade. Não queremos ninguém engessado. Vocês têm liberdade total para fazer seus sambas. A única coisa que pedimos é que sigam a sequência da sinopse”, aconselhou.
O carnavalesco da escola afirma que o enredo da Ilha será leve, bem humorado, mas denso o suficiente. “É um tema mais simples do que o do ano passado, mas muito rico. Não é uma viagem pelos estados e regiões através da culinária, como muitos disseram. Vamos contar, com muito bom humor, a história de nossos hábitos alimentares, enfatizando as influências das etnias que formaram o nosso povo e mostrando que o Brasil produziu coisas únicas, que hoje são artigos de exportação como o guaraná e o pão de queijo”, explicou Severo Luzardo.
O diretor de Carnaval, Wilsinho, está otimista com os preparativos da escola. “Estamos em um estágio mais avançado do que estávamos nessa época do ano passado. O desfile está quase todo desenhado e os protótipos já estão em confecção”. O desafio, na opinião de Wilsinho, é convencer os jurados de que a União da Ilha está na briga. “Infelizmente, ainda há o preconceito pelo peso da bandeira. Mas vamos responder com muito trabalho. A Ilha tem um dos melhores times do Carnaval”, acredita o diretor.
Um reforço no desfile da escola será o compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz. Criador da Feira das Yabás, que, em 2018 completará dez anos, ele desfilará, juntamente com as sambistas-cozinheiras do evento, na terceira alegoria da escola. Tradicional portelense, ele afirmou que, caso não seja possível desfilar nas duas escolas (Portela e Ilha desfilarão em seguida), optará pela União da Ilha: “Nunca desfilei em nenhuma outra escola que não a Portela. Mas a ocasião exige isso”.
Ouça entrevistas exclusivas:
Ney Filardi
Severo Luzardo
Wilsinho
Marquinhos de Oswaldo Cruz
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