Impasse: Intendente tem duas ligas

ANDERSON BALTAR

rocinha2015O carnaval da Estrada Intendente Magalhães, que congrega as escolas dos grupos B, C, D e do Grupo de Avaliação, vive um impasse. Sem representatividade desde meados de 2014, por conta da briga judicial entre Moisés Fernandes e Sandro Avelar pela presidência da Associação das Escolas de Samba (AESCRJ), as escolas desfilaram no último carnaval graças a uma parceria com a Lierj, que foi a responsável pelo desfile perante o poder público. Nos últimos dias, duas entidades foram fundadas: O Samba é Nosso, que pretende gerenciar todos os grupos e a Liesb, voltada para o Grupo B.

Presidida por Marcos Falcon, O Samba é Nosso afirma ter o apoio de todas as escolas dos grupos C e D e do Grupo de Avaliação, que se tornará o Grupo E. No que diz respeito ao Grupo B, a entidade diz que já conta com a filiação oito escolas: Arame de Ricardo, União de Jacarepaguá, Tradição, Unidos das Vargens, Unidos do Jacarezinho, Arranco, Acadêmicos do Sossego e Favo de Acari. Já a Liesb, que tem Heitor Fernandes (ex-presidente da Em Cima da Hora) como comandante, contabiliza doze escolas em seus quadros: Unidos de Lucas, Unidos do Cabuçu, Unidos da Ponte, Acadêmicos do Engenho da Rainha, Leão de Nova Iguaçu, Em Cima da Hora, Acadêmicos do Sossego, Unidos de Bangu, Unidos do Jacarezinho, Arranco do Engenho de Dentro, Mocidade Unida da Santa Marta e Arame de Ricardo. Como se pode perceber, há conflitos nas duas listas, o que gera disputa entre as entidades.

Falcon afirma que O Samba é Nosso terá como norte a recuperação da credibilidade do carnaval da Intendente Magalhães: “Nossa ideia é justamente fazer dos desfiles da Intendente Magalhães um grande espetáculo, com uma competição séria, com julgamento honesto, em respeito às escolas, aos órgãos públicos, aos desfilantes e às milhares de pessoas que acompanham a apresentação das agremiações”.  Heitor, da Liesb, tem um discurso semelhante: “Queremos fortalecer o grupo para buscarmos reforços e parcerias com entidades e órgãos públicos, com transparência, disciplina e credibilidade. As três escolas que não se filiaram ainda terão tempo, pois nossas portas estão abertas”.

Marcos Falcon acredita que terá a adesão das escolas. Tanto que convocou reuniões com as agremiações ao longo desta semana no Barracão do Samba, no Campinho. Hoje, as escolas do Grupo B estarão reunidas para tratar do Carnaval 2016. Na quarta, a reunião será com as escolas do Grupo D. Na quinta e sexta, respectivamente, os encontros serão com as escolas dos grupos C e E. O vice-presidente da Portela não teme a criação de Liesb. ” Tenho conhecimento que está sendo criada uma instituição que teria entre os dirigentes alguns que afundaram a Associação das Escolas de Samba, uma instituição histórica, que acabou sendo descredibilizada. O que ninguém que está com a gente quer ver acontecer é o que se viu no Sambódromo este ano, no desfile de uma escola da Série A que foi rebaixada: componentes sem fantasia, que atravessaram a Avenida constrangidos e chorando, num desfile que envergonhou toda uma comunidade. Então, cada um tem a liberdade para buscar o caminho que preferir.  Só acho que, na hora de escolher, cada presidente de escola precisa avaliar com cuidado antes de tomar a decisão, sem esquecer que eles estão representando comunidades que merecem ser tratadas com dignidade”, disse.

A liga O Samba É Nosso divulgou também que Milton Cunha será o diretor cultural da entidade e que suas reuniões começarão a ocorrer, em breve, na sede da AESCRJ.

Procurada pela reportagem da RÁDIO ARQUIBANCADA, a Riotur, através de sua assessoria de imprensa, afirmou que ainda não foi oficialmente comunicada por nenhuma das entidades sobre as intenções de ambas em organizar o carnaval da Intendente Magalhães.

 

 

 

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