Imperatriz apresenta enredo

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ANDERSON BALTAR

Em concorrida coletiva de imprensa em um hotel da Barra da Tijuca, a Imperatriz Leopoldinense apresentou seu tema em homenagem à dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Com o enredo “É o amor… que mexe com minha cabeça e me deixa assim… Do sonho de um caipira nascem os filhos do Brasil”, desenvolvido pelo carnavalesco Cahê Rodrigues, a verde e branca promete investir em um desfile voltado para a emoção. Empolgados, os homenageados demonstram que já estão totalmente envolvidos no clima carnavalesco. E não descartam nem a participação no CD de sambas-enredo do carnaval carioca.  “Os sambas-enredos não tocam mais nas rádios como antigamente. Se for possível, queremos gravar o samba da Imperatriz para que todo o Brasil saiba cantar”, afirmou Zezé, que, por outro lado, afirmou que não dará palpites na disputa de samba-enredo: “Isso é para quem conhece do assunto”.

A intenção do carnavalesco é trazer, em alegorias e fantasias, uma mensagem de amor. “No enredo do último carnaval, afirmamos que nada é maior que o amor. Esse enredo seguirá na mesma linha. Ainda não tenho o roteiro montado, mas quero fazer um desfile baseado na emoção, que toque o coração de todos os brasileiros como o filme ‘Os dois filhos de Francisco’  conseguiu”, explica Cahê.

Emoção que certamente já contagiou a dupla. “Eu já estou arrepiado desde já, imagina na hora do desfile e da apuração. Para mim é uma honra imensa estar presente na Meca do Samba, no maior espetáculo da Terra, recebendo uma homenagem que poucas pessoas receberam em vida. Me lembro de ter visto os desfiles pela TV, quando jovem em Goiânia,e nunca imaginava que poderia estar no meio desse show. É inacreditável receber uma homenagem dessas no Rio de Janeiro e saber que vou atravessar aquela avenida tendo a nossa história sendo contada”, diz Zezé. Luciano lembrou do pai, Francisco, que está internado, mas que já manifestou desejo de participar do desfile. “Quando liguei para ele para contar, ele me disse: ‘Filho, estarei vivo para desfilar com vocês”’.

Conhecida pelo estilo rebuscado e histórico de enredos, sedimentado durante a presença da carnavalesca Rosa Magalhães, a escola do bairro de Ramos aposta, mais uma vez, em um tema estranho ao meio carnavalesco. Em 2014, a agremiação fez um enredo em homenagem ao ex-jogador Zico. O carnavalesco Cahê Rodrigues não se mostra preocupado. “É sempre um desafio para um carnavalesco criar um enredo. Quando divulgamos o Zico em 2014, foi um barulho danado porque todos acharam que iríamos levar a escola toda fantasiada de Flamengo e não foi nada disso. O desafio é sempre sair do lugar comum. Além da história da família Camargo, temos todo um universo lindo para mostrar, que é o sertanejo”.

Cahê não teme ser discriminado por escolher uma dupla sertaneja como enredo. “Não vejo isso sob a ótica do preconceito, é questão de gosto musical. O Rio é diferente de São Paulo, tem uma raiz de samba muito forte. Mesmo assim, na minha família, tem pessoas que adoram sertanejo. No domingo, em uma feijoada na quadra, o grupo de pagode cantou ‘É o amor’ e todos gostaram. Acho que é a hora de quebrar essa barreira.” Zezé Di Camargo fez coro: “São dois gêneros genuinamente brasileiros. É o que temos de mais verdadeiro na nossa cultura”.

A dupla promete dedicação total ao projeto da Imperatriz Leopoldinense. Além de participar da gravação do CD, já acena com a possibilidade de incluir integrantes da escola em seus shows e promete ser presença constante na quadra da escola. “Ramos é onde tem o piscinão? Tô lá!”, brincou Zezé.

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