Jovem especial abrirá disputa de sambas da Portela

Mário Henrique, de 15 anos, foi convidado a compor o samba da escola mirim Filhos da Águia

MARCOS LODI

letra-mario-henriqueMário Henrique Fagundes Pinheiro de Mattos, de apenas 15 anos, será mais um jovem compositor a realizar sonhos que somente o carnaval proporciona.  Portador de uma deficiência mental, diagnosticada na infância, o rapaz, torcedor da azul e branco de Madureira e que há três anos toca tamborim na escola mirim Filhos da Águia, sonhava em escrever um samba entre os grandes compositores portelenses.

E este momento tem data para acontecer: no dia 20 de agosto, próximo domingo, Mário Henrique ouvirá na quadra a obra de sua autoria, abrindo as eliminatórias do concurso que escolherá o samba enredo para 2018. O samba não entrará na disputa, mas a ala de compositores concedeu espaço para que o jovem abra, em grande estilo, as apresentações da primeira chave.  Ao todo, duas chaves se apresentarão nesta primeira etapa do concurso.

A mãe Rosinea Fagundes, não esconde o orgulho pelo filho. “É uma verdadeira conquista. Ele leu a sinopse na internet, escreveu o samba, e, no dia da inscrição, entregou uma letra e um CD. Fiquei orgulhosa e contente. Sinceramente não esperava essa repercussão tão grande. O carinho da escola, compositores, intérpretes. Guardarei este momento pelo resto da vida”, afirma a mãe, visivelmente emocionada.

Para que a apresentação seja ainda mais especial, o primeiro time de intérpretes da Filhos da Águia, defenderá o samba. Segundo o presidente da agremiação mirim, Celsinho Andrade, muitas surpresas acontecerão a partir do domingo. “Nossa escola é o embrião da vitoriosa ala da compositores da Portela. São os poetas do futuro que começam aqui. Além de toda a homenagem, o samba do Henrique me surpreendeu com passagens interessantes. Tem muito talento e como nosso samba para 2018 será composto pelas nossos pequenos componentes, o  Mário Henrique vai participar deste processo”, ressalta Celsinho.

Presidente do Conselho Deliberativo e integrante da Comissão de Carnaval da Portela, o pesquisador Fábio Pavão ressalta, no caso de Mário Henrique, o amor pelo samba e o papel social de uma agremiação: “O fato de um jovem de 15 anos trazer o seu samba nos deixa animados e muito felizes por saber que, mesmo com tantas transformações musicais, o samba enredo ainda é capaz de despertar estas paixões. O fato de ser portador de necessidade especial também apresenta o aspecto da inclusão, que é uma obrigação das escolas de samba como instrumento social. Muito nos alegra receber o Henrique”, complementa o diretor.

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