Leia a sinopse da Vila

Enredo: “O MAESTRO BRASILEIRO NA TERRA DE NOEL… TEM PARTITURA AZUL E BRANCA DA NOSSA VILA ISABEL”.

PRESIDENTE: ELIZABETH AQUINO (DONA BETA)
IDEIA ORIGINAL E CARNAVALESCO: MAX LOPES
PESQUISA E TEXTO: MARCOS ROZA

Preparem-se para um grande concerto!

O maestro sobe ao púlpito, exercendo uma função primordial como “elemento de ligação das ideias do compositor aos instrumentistas e/ou cantores”, e, suavemente,  ergue a batuta ao ato sublime que transcende a essa dualidade e se lança aos encantos da regência sinfônica, inscrita “dentro de parâmetros do imponderável, da mítica, da aura que acompanha o artista e determina a sua sonoridade”.

Sua regência é mais que um gesto, ruma-nos à poesia dos sons, traduz das partituras a emoção da formação de um povo, a genialidade espontânea da criação, a musicalidade orquestrada à inspiração de significativas apresentações que provêm do canto e do balé. Numa relação humana onde o elemento principal é a música, o maestro Isaac Karabtchevsky transforma a Sapucaí num palco e rege o enredo do meu samba: “O Maestro brasileiro na terra de Noel… Tem partitura azul e branca da nossa Vila Isabel”.

Em tons graves, agudos, altos ou baixos…as notas musicais saltam dos instrumentos. Afinam-se cordas, metais, sopros, percussão… Os efeitos sonoros vão criando uma incrível e mágica sonoplastia… E de uma forma livre e espontânea, o prelúdio se inicia.

Tudo pronto. Ouvimos o terceiro sinal. Deixem-se contagiar pelos sentidos da música. Peguem seus libretos, o espetáculo vai começar!

Na forja do destino, um momento divino: “Faunos” entoam seus sons cristalinos.

Envolvidos pela poesia, a saudade aperta em nosso peito. Em tempo de inspiração, os “retratos da vida” são o cocar da cultura do nosso Brasil. De um índio, bravo nativo, chamado Guarani – que se veste de paixão e luta para conquistar seu grande amor.

Viajamos pelo canto do “Uirapuru” e descobrimos cada pedacinho desse chão. Do “Concerto da Floresta” ao sertão brasileiro, seguimos pelos trilhos do “bachiano menino” a todo o vapor. Pulsantes sejam o “canto da alma caipira” e o “canto da nossa terra”, aventuras de meninos moleques e de seus coloridos papagaios, a matriz da genuína cultura brasileira!

“Corremos pelas partituras de mãos dadas com notas musicais” ao requinte de sinfonias clássicas, barrocas e românticas. Suítes, sonatas, concertos…embalam, musicalmente, as “Quatro Estações” dos fenômenos da Natureza; enredam-se pelo amor shakespeariano de “Romeu e Julieta”, pelas aventuras de “Fígaro”, o astuto criado da velha Sevilha, e protagonizam um conjunto de revelações e disfarces num festivo e simbólico “Baile de Máscaras”. Seus sons, ainda entrelaçam-se às nuances, aos detalhes, às “cores” que a voz consegue, sem possibilidade de confronto, reproduzir, navegando por entre mares de compassos, declamações líricas à ousadia do capitão, o que carrega uma maldição por desafiar “Satanás” a bordo de um “O Navio Fantasma”.

Um momento esplêndido: o maestro reduz seu gesto à proporção justa. Expressa o máximo com o mínimo…respira com a orquestra! Um espetáculo à parte. Allegro, avante… Seu realismo fantástico cruza as fronteiras da criação com a regência da Nona Sinfonia de Beethoven!

Entre românticos arcos de flores, a “Sagração da Primavera”! Linda é a bailarina, princesa, camponesa que, ao som da sinfonia, reflete o brilho de raro esplendor do “Lago dos Cisnes”. Não há quem não se emocione com a majestosa e exuberante coreografia, aventurando-se, sob muitas formas, diante do “fogo sagrado” de “La Bayadère”. Nem com “Balé de Bolshoi”, com o “Quebra Nozes” e com tantos outros… É girando na ponta dos pés que a orquestra revela a emoção da “arte dos passos”.

Nossos olhos, sem mais prova, atestam, deslumbrados, um magnífico espetáculo. Diante do que se vê, sopranos e tenores entoam da arte teatral: a ópera, voz encenada em drama musical. Castelos, histórias de amor, contos e fábulas…faces do imaginário, um tom magistral de sonhos em sintonia com a vida.

Ó magia! Sob a partitura azul e branca, tudo soa, recebendo, em si, o sopro que do Brasil ecoa. Vem, meu “povo do samba”, desfrutar dessa música boa, de um “Aquarius Concerto”, ao solo de um pandeiro e renascer das cinzas nos versos de um “senhor partideiro”: Martinho da Vila. Vem com a Vila Isabel, com seu reduto de bambas que “não quer abafar ninguém”, “só quer mostrar que faz samba também.

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