Mundo do carnaval lamenta morte de Pamplona

A notícia da morte de Fernando Pamplona causou comoção no mundo do samba. Várias personalidades do Carnaval Carioca registraram para a Rádio Arquibancada o seu lamento pelo falecimento do carnavalesco e comentarista:

Cid Carvalho (carnavalesco da Vila Isabel) – “Eu sempre enxerguei no Pamplona um mestre. Quem teve a honra de conviver com o Pamplona ou apenas escutar seus comentários entende o que estou falando! Perdemos uma enciclopédia do samba!”

Déo Pessoa (presidente da Lierj) – “Lamento a perda de um autêntico carioca carnavalesco, um exemplo de pessoa e promotor cultural do nosso Carnaval. Com certeza o seu enredo de vida estará sempre em nossos Carnavais. Nesse momento, peço  conforto a seus familiares na Paz de Deus”.

Fábio Fabato (jornalista e editor da biografia de Pamplona) – “Uma perda lastimável. Pamplona pavimentou as bases do carnaval contemporâneo e deslocou a lente de aumento para debaixo dos panos, onde residiam personagens históricos negados pelos livros didáticos. Que bom ter conseguido a editar a autobiografia dele a tempo de um lançamento em vida. Era um homem de espetáculos, tanto que completou ontem o show dos seus 87 anos e faleceu no dia seguinte”.

Gustavo Melo (diretor cultural do Salgueiro) – “Fernando Pamplona foi como um Zumbi dos Palmares do samba. Organizou um quilombo chamado Salgueiro com toda a estratégia de um líder. Chamou reforços para defender suas trincheiras: Arlindo, Joåo, Rosa, Maria Augusta… mas as armas para a revolução eram a beleza e a alegria. Foi um guerreiro de boa guerra. E um vencedor.”

Aydano André Motta (jornalista de O Globo) – “Fernando Pamplona é um dos artistas a quem o Brasil deve seu maior espetáculo. Ele foi decisivo para a criação e consolidação do desfile. Misturou força artística a um amor incrível pela festa, em especial pelo Salgueiro, o laboratório que pavimentou o futuro. Um carioca que todos devemos admirar”.

André Albuquerque (salgueirense, editor do site Galeria do Samba)- ” Pamplona será sempre lembrado como o cara que deu o norte para o que as escolas de samba são hoje. Ainda que ele desejasse que algumas coisas retrocedessem um pouco”.

Júlio César Farias (pesquisador) – “Pamplona foi quem trouxe para o carnaval uma visão mais profissional de se fazer arte popular por introduzir pessoas da escola de belas artes na produção da folia. Um visionário, pois hoje não há mais lugar para o amadorismo do mutirão inicial das escolas. Excelência no fazer carnavalesco; embora o próprio criticasse os rumos atuais dos desfiles, ele mesmo também contribuiu para o que é mostrado hoje pelas escolas de samba. Uma frase final que ele disse na entrevista para meu livro sobre samba-enredo (Para tudo não se acabar na quarta-feira) foi:  ‘não precisa da novidade, basta ter criatividade’”.

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