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Os 10 Mais de Rachel Valença
Nessa segunda-feira (22), o programa Os 10 Mais fez uma maravilhosa viagem pelos grandes sambas do Império Serrano. A escritora e pesquisadora Rachel Valença conversou com Anderson Baltar e Chico Frota e indicou os seus dez sambas preferidos da verde e branca de Madureira. Confira:
1964 – Aquarela brasileira (Silas de Oliveira)
“Vou começar com um samba que dispensa qualquer adjetivo. Toda vez que se reúne sambistas de várias agremiações e eles não sabem bem o que cantar, eles cantam este samba. É o samba do samba, que está acima de todas as escolas”.
1965 – Os cinco bailes da história do Rio (Silas de Oliveira, Ivone Lara e Bacalhau)
“Esté o meu samba preferido. Instintivamente, os autores fizeram um samba que cumpre todas as partes da epopeia clássica. Assim como Camões, em ‘Os Lusíadas’, o compositor faz a evocação, pedindo a inspiração. Depois, ele afirma sobre o que vai cantar – os cinco bailes da história do Rio. Só na segunda parte que a história é efetivamente narrada”.
1969 – Heróis da liberdade (Silas de Oliveira, Mano Décio da Viola e Manuel Ferreira)
“Este é um samba clássico, que desafiou à ditadura ao citar as manifestações de 1968. E que, até hoje, é cantado em enterros de grandes sambistas e, por muitos anos, abriu o ensaio do Império Serrano”.
1971 – Nordeste, seu canto, seu povo, sua glória (Wilson Diabo, Maneco e Heitor Achiles)
“Este samba é lindo e comovente. E ainda toca muito na quadra do Império. E simboliza um momento em que a escola ainda era muito forte”.
1982 – Bum bum paticumbum prugurundum (Aluísio Machado e Beto Sem Braço)
“O samba simbolizou perfeitamente o desfile em que o Império passou na contra-mão de todas as outras escolas, que já estavam dominadas pelo gigantismo. Foi uma vitória heroica e inesperada. E acabou sendo a derradeira”.
1989 – Jorge Amado, axé Brasil (Beto Sem Braço, Aluísio Machado, Bicalho e Arlindo Cruz)
“Eu adoro esse samba, que um ritmo calangueado, que é uma marca forte do Beto Sem Braço e do Arlindo Cruz. O desfile foi ótimo, mas pouca gente se lembra por ter desfilado logo após o ‘Ratos e Urubus’, da Beija-Flor”.
1992 – Fala, Serrinha, a voz do morro sou eu mesmo sim senhor (Beto Sem Braço, Jangada e Maurição)
“Esse samba é muito forte para o imperiano e retrata um momento complicado da escola. O imperiano estava mordido com o rebaixamento. Além da emoção do samba, fico muito feliz e orgulhosa de ter o meu livro citado na letra”.
1993 – Império Serrano, um ato de amor (Aluísio Machado, Arlindo Cruz, Acyr Marques e Bicalho)
“Esse é um dos sambas mais poéticos do Império, fazendo o contraponto com o samba do ano anterior, já que ama a escola de uma forma mais leve”.
2001 – O Rio corre para o mar (Arlindo Cruz, Maurição, Carlos Sena e Elmo Caetano)
“Eu acho que samba bom não é coisa do passado. E, corroborando a tese, aponto esse samba. Quando ouvi pela primeira vez, fiquei maravilhada, porque era um samba moderno, com uma beleza, uma qualidade, uma melodia maravilhosa. Esse samba me comove, não sei o porquê, mas sempre choro quando o ouço”.
2006 – O Império do Divino (Aluísio Machado, Arlindo Cruz, Maurição,Carlos Senna e Elmo Caetano)
“Esse samba me traz ótimas recordações, já que era o primeiro ano de nossa diretoria no Império, com muitas expectativas e sonhos. Foi um desfile maravilhoso. É um samba que hoje tem um verso que é um lema da escola: ‘imperiano de fé não cansa’”.