Paraíso do Tuiuti e Mangueira são os destaques da primeira noite de Especial

Any Cometti e Pedro Monteiro

Com desfiles recheados de crítica social, a Estação Primeira de Mangueira e o Paraíso do Tuiuti foram os grandes destaques deste domingo de Carnaval. Enquanto a escola de São Cristóvão, dentro de sua lembrança aos 130 anos da Lei Áurea, expôs as mazelas das novas leis trabalhistas, a verde e rosa criticou diretamente a política antipopular do Carnaval 2018 do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.

Confira abaixo os resumos de cada um dos desfiles:

Império Serrano

40213966811_9a512a0e47_mRetornando ao Grupo Especial, o Império Serrano teve o desafio de abrir os trabalhos do grupo especial trazendo o enredo “O Império do Samba na Rota da China”, marcando o seu retorno ao grupo especial depois de 9 anos. A escola fez um desfile correto plasticamente, porém alguns tripés apresentaram problemas em seus movimentos. Os componentes cantaram bastante o samba, apesar de o samba não ser um dos melhores da safra. A escola terminou o desfile com 63 minutos, dois minutos a menos do que o mínimo permitido no regulamento, e pode ser penalizada por isso na apuração.

 

São Clemente

25343754037_e0f08a0e53_mContando os 200 anos da Escola de Belas Artes (EBA), a São Clemente apresentou o enredo “Academicamente Popular”, marcando a estreia do carnavalesco Jorge Silveira no grupo especial. A comissão de frente da escola veio com um painel de LED, em que representava um quadro a ser pintado durante a apresentação. Entretanto, o painel apagou algumas vezes na frente dos jurados. O samba não se segurou durante toda a apresentação, caindo no final do desfile. As alegorias estavam bem acabadas, assim como as fantasias. No último setor, a escola fez referências aos carnavalescos que estudaram na EBA, como Fernando Pamplona, Maria Augusta, Márcia Lage e Rosa Magalhães. A escola terminou seu desfile com 74 minutos.

 

Unidos de Vila Isabel

39318327005_c183de7605_mContando com o carnavalesco campeão de 2017, Paulo Barros, a Unidos de Vila Isabel veio com o enredo “Corra que o futuro vem aí”. O abre-alas contou com a presença de Martinho da Vila, que completou 80 anos neste domingo (12). A porta-bandeira, Denadir, se apresentou com uma saia de LED, mas pode ser penalizada porque o comprimento da peça pode ser considerado curto pelos jurados. Todas as alegorias apresentaram telas e painéis de LED que, em geral, funcionaram em toda a avenida. O samba acabou sendo bem defendido por Igor Sorriso, porém algumas alas não cantavam o samba. A escola terminou o desfile com 74 minutos.

 

Paraíso do Tuiuti

39505563584_970c85807b_mA grande surpresa da noite, o Paraíso do Tuiuti veio com o enredo “Meu Deus, meus Deus, está extinta a escravidão?”, uma referência aos 130 anos da Lei Áurea que passeou pelas formas de escravidão das sociedades antigas à escravidão contemporânea. A escola levantou o público com o samba, considerados um dos melhores da safra. A comissão de frente, que apresentava pretos velhos se transformando em escravos que depois se libertavam, foi ovacionado pelo público presente na Sapucaí. Com a abordagem à escravidão antiga e moderna, a escola veio com alas que criticavam as novas leis trabalhistas e a manipulação da classe trabalhadora por empresários. A escola também terminou o desfile com 74 minutos.

 

Grande Rio

40217690211_270e90942f_mCom o enredo “Vai para o trono ou não vai?”, a Grande Rio foi a quinta escola a desfilar no domingo de carnaval. Contando o centenário do comunicador Abelardo Barbosa, o Chacrinha, a agremiação de Duque de Caxias começou o desfile com o canto forte, porém enfrentou graves problemas em sua apresentação. Algumas das alegorias da escola, que levou carros muito grandes, tiveram dificuldades de andarem na avenida. A quinta alegoria teve dificuldades para se movimentar, deixando abrir buracos na frente dos módulos de jurados. O último carro da escola ficou com a roda presa na Avenida Presidente Vargas e não conseguiu entrar na Sapucaí. Isso obrigou as últimas alas a segurarem o desfile, o que deixou a escola parada. A Grande Rio estourou o tempo máximo de desfile em 5 minutos, concluindo em 80 minutos.

Estação Primeira de Mangueira

40219147641_951c459064_mPenúltima escola a desfilar, a Estação Primeira de Mangueira trouxe o enredo “Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco!”. O carnavalesco Leandro Vieira trouxe um enredo com uma mensagem crítica e direta ao prefeito do Rio de Janeiro e às atuais políticas municipais para o carnaval. Frases como: “pecado é não brincar o carnaval”, “Deixa o povo brincar” e “Olhai por nós! O prefeito não sabe o que faz” com um Cristo Redentor coberto com pano preto, lembrando o Cristo Mendigo de Joãosinho Trinta, censurado no desfile da Beija-Flor de 1989. O desfile contou com a participação de vários blocos tradicionais do Rio de Janeiro, como o Cordão do Bola Preta, o Cordão do Boitatá, o Cacique de Ramos e o Bafo da Onça. Na segunda alegoria da escola, bambas do samba como Alcione, Moacyr Luz, Jorge Aragão, Teresa Cristina, Bira Presidente e Leci Brandão estavam presentes. A escola terminou seu desfile com 69 minutos.

 

Mocidade Independente de Padre Miguel

39321734075_226276e68b_mÚltima escola da noite, a Mocidade Independente de Padre Miguel se apresentou com o enredo: “Namastê… A Estrela que habita em mim saúda a que existe em você”. A escola se apresentou com carros luxuosos e com grandes esculturas de deuses indianos. Um dos sambas mais elogiados do carnaval, o samba foi muito bem cantado pela comunidade de Padre Miguel. No final do desfile, a Mocidade precisou correr para conseguir terminar dentro do tempo regulamentar. A escola terminou o desfile com 73 minutos.

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