Paulo Barros é da Portela

A Portela terá Paulo Barros como carnavalesco em 2016. Em reunião que aconteceu na tarde desta quarta-feira, 25, entre o artista, o vice-presidente e supervisor de carnaval da escola, Marcos Falcon, o presidente de honra Monarco e o compositor Noca ficou acertada a contratação de Barros, que foi escolhido pela diretoria para aliar talento e a ousadia – suas principais marcas – à tradição portelense.

No encontro, que aconteceu na casa do carnavalesco, no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio, a contratação foi comemorada. Monarco, líder da Velha Guarda Show, e Noca, integrado mês passado ao grupo musical da escola, contaram para Paulo Barros o que representa fazer parte da Família Portelense e relembraram fatos importantes do passado da agremiação.

Para o presidente de honra, se o lendário Natal fosse vivo, Paulo Barros já estaria fazendo parte do time da escola há tempos:

– A história portelense sempre foi de inovação. Foi a Portela que criou a comissão de frente e o apito na bateria, por exemplo. Foi a Portela que colocou pela primeira vez uma mulher tocando surdo. Na época que o Natal era o braço forte, tudo o que fazia sucesso em outra escola, tudo que tinha muita repercussão, ele mandava buscar para a Portela.  Então, eu garanto que se o Natal ainda estivesse por aqui, esse rapaz, talentoso e criativo do jeito que é, já estaria com a gente há muito tempo – assegura Monarco.

O compositor Noca lembra que conheceu de perto o talento do novo contratado. Único fundador vivo do Paraíso do Tuiuti, ele recorda o desfile de Paulo, quando o artista ainda era apenas uma promessa no Grupo de Acesso.

– Conheci o trabalho dele no Tuiuti em 2003, quando ele fez um dos desfiles mais criativos que eu já vi com um enredo sobre Portinari. Depois daquele desfile foi que ele chamou a atenção do Fernando Horta, que levou ele para a Unidos da Tijuca. E, por mais que digam que não, o Paulo Barros foi fundamental para o crescimento da Tijuca, que ganhou três títulos com desfiles criados por ele.

As declarações de Monarco e Noca, segundo Paulo Barros, foram bastante motivadoras e a conversa com os dois baluartes pesou para que a decisão de assumir o carnaval da Portela fosse tomada.

– Hoje tive uma aula de história da Portela e uma aula de samba. É um prazer ter a oportunidade de estar na Portela e poder colaborar, pela primeira vez na minha carreira, com uma escola repleta de estrelas. Já conhecia o estilo que o portelense gosta, assistindo os desfiles. Agora comecei a conhecer a alma portelense e me encantei. Recebi em minha casa dois monstros sagrados do samba. Ouvir o que ouvi deles me fez muito bem. Me senti no meio de dois verdadeiros gurus.

O vice-presidente Marcos Falcon admite que sempre admirou do trabalho do carnavalesco. Ele reconhece que a Portela já vem inovando em seus desfiles nos últimos dois carnavais, mas acha que ainda pode haver mais ousadia.

– Os desfiles do Louzada (Alexandre, carnavalesco) em 2014 e 2015 foram inesquecíveis e entraram para a história da Portela. A águia deste ano é a imagem que se vai se perpetuar. Conversei com ele, que entendeu a minha necessidade de mudar. É um profissional que sempre encontrará as portas da Portela abertas. Nunca escondi de ninguém que sempre fui fã do trabalho do Paulo. Sempre imaginei, mesmo sem ser ter cargo de diretoria, que seria interessante tê-lo na escola, juntando a ousadia dele com o estilo e a tradição portelenses. A oportunidade veio agora e, com o aval da nossa Velha Guarda, não poderia deixar escapar. Agora é trabalhar muito, corrigir as falhas e dar condições de trabalho ao novo carnavalesco, assim como temos feito nos últimos dois anos – conclui o supervisor de carnaval.

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