Porta-bandeira cadeirante é aluna da Escola de Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Aos 8 meses de idade ela teve paralisia infantil, durante toda a vida precisou de muletas ou bengalas, e há cerca de três anos perdeu a mobilidade das pernas devido a um grave problema de coluna. Lú Rufino é um exemplo de superação no samba: “Como eu andava com bengalas, eu não conseguia dançar. Ficar cadeirante foi um presente de Deus na minha vida. Ao invés de me deprimir, fui fazer o que sempre amei”, declara.

No final de 2015 foi convidada a desfilar pelo Império da Zona Oeste, escola que desfila no carnaval da Intendente Magalhães. O enredo era sobre preconceito e já no ano de estreia conquistou o troféu Samba na Veia. Depois veio outro convite: substituir a porta-bandeira da Embaixadores da Alegria – primeira escola de samba voltada para pessoas com deficiências – nas Paralimpíadas de 2016, onde acabou ficando. No último carnaval, ainda desfilou na Unidos de Cosmos, Unidos do Cabuçu e na Estrelinha da Mocidade.

Ao lado do mestre-sala e coreógrafo Lincoln Pereira, a porta-bandeira procura se aperfeiçoar em aulas particulares com o Síndico da Passarela, José Carlos Machine, e todos os sábados na Escola de Mestre-Sala e Porta-Bandeira Manoel Dionísio: “Quero aprender toda a parte técnica. Não quero que as pessoas me aplaudam só porque sou deficiente. Quero qualidade nas minhas apresentações”, defende.

Formada em Pedagogia, com pós-graduação em Psicopedagogia e atualmente se formando em Direito, Manoel Dionísio acredita que Lú Rufino é uma referência para os alunos da Escola: “Ela é um exemplo de vida. E é muito bom tê-la conosco”, derrete-se. Aplicada, a aluna é pontual e muito dedicada: “Eu sinto que eu realmente faço parte de um projeto, me sinto incluída, é bom demais”.

Veja Também

Artigos Relacionados

Categorias

Navegue por Assunto

Recentes

As Últimas da Arquibancada