Portela apresentou detalhes do desfile para a comunidade

Vinte a quatro horas após ter lotado a quadra para mais uma noite de ensaios, a comunidade da Portela voltou à Rua Clara Nunes na noite de quinta-feira, 23, mas para uma programação diferente. Cerca de 1.500 componentes das alas de comunidade assistiram uma explanação comandada pelo professor Rogério Rodrigues, autor do enredo “Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião”, por Luis Carlos Magalhães, diretor cultural da azul e branco, e pelo antropólogo Fábio Pavão, do Departamento de Carnaval. Para o evento, foi preparado um material audiovisual com explicação detalhada do que a Portela mostrará na Avenida para tentar o título de 2014.

O autor do enredo, desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, lembra o ineditismo da iniciativa da escola:

– Nestes 27 anos em que desfilo na Portela, nunca vi uma iniciativa como esta: apresentar para a comunidade o enredo, detalhado com explicações e slides sobre roteiro, os setores e as fantasias das alas. A reação dos portelenses foi incrível, de muita alegria. Fiquei emocionado durante e após a explanação. No final, as pessoas vieram me falar que se sentiram prestigiadas. Não tenho notícias de algo semelhante em outras escolas – e olha que eu frequento muitas quadras, há anos! – destaca o professor.

Sérvulo Jorge Alves, um dos diretores das alas de comunidade e que participou da organização do evento, também admite que a explanação mexeu com o sentimento dos componentes.

– O portelense, há anos, andava com a autoestima meio desgastada. Hoje a comunidade sente que tem valor. Muita gente desfilava sem saber o que representava a fantasia que iria usar. As pessoas entravam na Avenida sem sequer conhecer o enredo direito. Foi uma grande demonstração de respeito com os componentes. Mas o mais importante é que foi mais uma promessa de campanha que a diretoria da escola está cumprindo – afirma Sérvulo, que também é vice-presidente da torcida Amigos da Águia.

O vice-presidente da Portela, Marcos Falcon, que coordena os preparativos para o desfile, ressalta que respeitar a comunidade era preocupação dele antes mesmo de assumir a cargo no mandato que teve início em maio de 2013.

– Em 2011, quando todos os segmentos pediram que eu assumisse a supervisão do carnaval, eu já tinha em mente a valorização da comunidade e a preocupação com as fantasias, que deveriam estar prontas dias antes do desfile. Infelizmente, naquela época, não me deixaram cumprir o prometido, porque nem cheguei, de fato, a assumir a supervisão. No desfile do ano passado, testemunhei uma das cenas mais tristes que já vi na Sapucaí: a três horas de começar o desfile da Portela, as baianas nem tinham certeza se as fantasias ficariam prontas. As roupas chegaram a tempo, mas mal-acabadas e com os adereços despencando. Hoje, quando a comunidade toma conhecimento que quase todas as fantasias estão prontas e embaladas, muitos chegam a mim para agradecer. Não estou fazendo nada além de cumprir com minha obrigação de dirigente. Uma coisa eu garanto: enquanto Deus me der força e saúde, ninguém vai sacanear a Portela – assegura Falcon.

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