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05
outubro
2016

Silas vive

LUIZ ANTONIO SIMAS

luiz-antonio-simasNesta semana o samba comemora o centenário de nascimento de Silas de Oliveira.

Nascido e criado na Rua Guaxima, em Vaz Lobo, bem perto do Morro da Serrinha, Silas começou a frequentar rodas de samba e de jongo escondido da família, já que era filho de um pastor protestante que não gostava de samba. Estimulado por Mano Décio da Viola, começou a compor sambas-enredo no Prazer da Serrinha e depois no Império Serrano. Acabou se transformando no craque do gênero. Consagrou-se na criação dos lençóis, os sambas extensos que cobriam os enredos completamente, mas também soube fazer sambas que apontam para a modernidade.

Autor de 14 sambas-enredo vencedores dos concursos, o auge da produção de Silas se estabeleceu entre 1964 e 1969. Naqueles anos, o Império Serrano só desfilou com sambas de sua autoria, com parceiros ou sozinho. É difícil estabelecer qual é o melhor samba entre as verdadeiras obras-primas do período – Aquarela Brasileira [1964]; Os cinco bailes da história do Rio [1965]; Exaltação à Bahia [1966]; São Paulo, chapadão de glórias [1967]; Pernambuco, Leão do Norte [1968]; e Heróis da Liberdade [1969].

Silas de Oliveira morreu, em 1972, durante uma roda de samba comandada pelo compositor Mauro Duarte, no clube ASA, em Botafogo. Sofreu um ataque cardíaco exatamente quando se apresentava cantando os sambas-enredo que fizeram sua fama.

Para homenagear Silas, a FUNARTE divulgou na data do centenário, dia 04 de outubro, um documentário sobre o compositor, dirigido pelo pesquisador e cantor Pedro Paulo Malta. Tive a honra de ser um dos entrevistados do filme.

Sugiro que as amizades interessadas na história da cultura brasileira e do samba assistam a bela homenagem. Silas, o Viga-Mestre, continua vivo segundo a tradição dos seus ancestrais africanos: morte é o esquecimento; vida é a lembrança. Não há morte para alguém que tem a sua história contada pelas mulheres e os homens.

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