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12
julho
2013

Tia Nilda da Mocidade grava depoimento

Uma das mais tradicionais sambistas do carnaval carioca, Tia Nilda gravará depoimento para o projeto Memória das Matrizes do Samba do Rio de Janeiro, no Centro Cultural Cartola, no próximo sábado, 13 de julho, às 10h. Coordenadora da ala de baianas da Mocidade Independente de Padre Miguel há quase três décadas, Tia Nilda, 71 anos, contará histórias e curiosidades de sua trajetória de dedicação exclusiva à Verde e Branco da Zona Oeste. A entrada é gratuita mas as vagas são limitadas e as reservas devem ser feitas pelo e-mail  cartola@cartola.org.br . O Centro Cultural Cartola fica na Rua Visconde de Niterói, 1296, em Mangueira.

A chegada de Tia Nilda na Mocidade e seu primeiro desfile como baiana, defendendo o enredo O Descobrimento do Brasil, de 1979, os carnavais inesquecíveis, as mudanças por que passaram as alas de baianas e os desfiles ao longo das últimas décadas são alguns dos assuntos que serão abordados pela sambista. Sua convivência e amizade com grandes nomes do carnaval, como o carnavalesco Fernando Pinto, também serão abordados.

“Eu acho que o Fernando Pinto fez uma revolução no carnaval, como aquela comissão de frente de robôs”, conta, referindo-se ao mais inesquecível dos desfiles de sua vida, o de 1985, com o enredo Ziriguidum 2001, um carnaval nas estrelas. “O Fernando era muito meu amigo; ele só andava com aquele blusão branco com a bandeira do Brasil nas costas, calça e tênis amarelos”, relembra.

Sobre seu amor pela Verde e Branco, Tia Nilda é taxativa: “jamais vestiria uma fantasia ou outra camisa que não fossem da Mocidade”. Mais velha de uma família de sete irmãos (o oitavo faleceu prematuramente), Tia Nilda acredita ter sido influenciada pelo pai e avó, ambos Unidos do São Carlos (atual Estácio de Sá) “roxos”. “Meu pai levava eu e minha irmã para ver os desfiles na Presidente Vargas. Mamãe fazia sanduíche de mortadela e Ki-suco e, chegando lá, meu pai comprava um caixote pra gente subir e ver. Eu ficava vidrada com as irmãs Marinho, com a Paula do Salgueiro, a Maria Lata D’Água…vi desfilar também o falecido Natal (da Portela)”, revela.

Carismática e de sorriso arrebatador, a baiana também fez incursões artísticas, atuando na série Filhos do Carnaval, da HBO, e no filme A Suprema Felicidade, de Arnaldo Jabour. Participou ainda de alguns comerciais veiculados na Argentina. Se a plateia pedir, Tia Nilda – que na adolescência gostava de cantar – pode até cantarolar um dos sambas que mais a emocionam, Rapsódia de Saudade, clássico de 1971, de autoria do amigo e compositor Toco, já falecido. “Canto, faço do samba a minha prece”, costuma cantar Tia Nilda.

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