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25
janeiro
2017

Viradouro comemora 20 anos do campeonato no Grupo Especial

Para marcar o 20º aniversário do primeiro e único campeonato da escola no Grupo Especial, a Unidos do Viradouro criou o Dia do Orgulho de Ser Viradouro. A data escolhida pela nova diretoria para a comemoração, que será incluída no calendário oficial da escola, é 10 de fevereiro. Foi em 10 de fevereiro de 1997 que a vermelho e branco arrebatou público e jurados ao desfilar no Sambódromo carioca com o enredo “Trevas! Luz! A explosão do universo ”, assinado pelo consagrado carnavalesco Joãosinho Trinta, morto em 2011.
Dias atrás, a escola reuniu, em sua quadra de ensaios, no Barreto, em Niterói, para uma sessão de fotos que serão usadas na campanha de divulgação do Dia do Orgulho de Ser Viradouro, alguns dos personagens que participaram da conquista de 1997, como Dominguinhos do Estácio, mestre Jorjão e a rainha de bateria Patrícia Costa.

O reencontro do trio, claro, foi marcado por conversas em torno do título. Responsável pela bateria que levantou a Sapucaí com a paradinha funk, mestre Jorjão lembrou que, poucos dias antes do desfile, mais precisamente no último ensaio de rua da escola na Avenida Marechal Peixoto, no Centro de Niterói, teve a certeza que havia chances concretas de um campeonato.

– A gente ensaiou debaixo de um temporal danado e foi um espetáculo, como eu nunca tinha visto. Ali tive certeza que o título estava próximo – recordou o mestre, que comandou os ritmistas da escola em três desfiles.

Intérprete oficial daquele ano e um dos autores do samba, Dominguinhos, que teve como parceiros na obra Mocotó, Flavinho Machado e Heraldo Faria, lembrou da preocupação de José Carlos Monassa (que presidiu a escola por nove anos e morreu em 2005) quanto à ousadia proposta pelo mestre:

– Eu apostava na ideia do Jorjão, da paradinha funk. O Monassa estava tão preocupado que chamou um maestro pra ir até um estúdio escutar a gravação do samba. Depois de ouvir várias vezes, o maestro disse que aquilo era espetacular. Mas o presidente, mesmo assim, continuou inseguro. No desfile, na hora que a bateria fez a primeira paradinha, eu vi a reação do público, a vibração, e não tive dúvidas que a escola seria campeã.

Mestre Jorjão contou também que o então presidente fez todo o possível para demovê-lo da ideia de fazer a paradinha na Avenida.

– Na hora do desfile, quando entrei com a bateria, ele (Monassa) mandou dois seguranças colarem em mim pra impedir que eu fizesse os sinais pros ritmistas fazerem as paradinhas. Eu disse pra eles sumirem dali, porque que eu estava com o diabo no corpo. Eles saíram, fiz a paradinha e foi aquilo que todo mundo viu.

Patrícia Costa, atriz e bailarina que brilhou como rainha de bateria da escola de 1992 a 1998, admite que a Viradouro mudou a vida dela e não esquece o que sentiu no desfile.

– Nada resume melhor meu sentimento do que alguns versos daquele samba, ‘Vou cair na gandaia, com a minha bateria, no balanço da mulata, a explosão de alegria’. Na Avenida, eu dava saltos. Minha mãe, depois, disse que não entendia como eu consegui fazer aquilo. A Viradouro mudou minha vida. Foi depois daquele desfile que eu fui convidada a fazer parte do elenco de ‘Orfeu’ (filme de Cacá Diegues, lançado em 1999). Foi o primeiro longa da minha carreira. Tenho muito orgulho de ter feito parte daquele momento da escola.

No Dia do Orgulho de Ser Viradouro, que este ano cairá numa sexta-feira, a diretoria da escola pede que todos os componentes, torcedores e admiradores da agremiação vistam roupas ou acessórios com as cores da bandeira: vermelho e branco. Haverá comemoração na quadra, com direito a homenagens a pessoas que fizeram parte do desfile do título.

A Agência Putz, de Niterói, está desenvolvendo toda a parte visual da campanha, criou a logomarca do Dia do Orgulho de Ser Viradouro, que será estampada em uma linha de produtos que será vendida na quadra da escola.

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